terça-feira, 14 de janeiro de 2020

"Dilema" do tempo


Começo este texto dizendo que gostaria muito de ouvir nos comentários o pensamento de vocês sobre o assunto pois gostaria de entender quem  tem pontos de vista semelhantes e principalmente divergentes do meu.

Time

Se não diariamente, pelo menos uma vez por semana ao longo dos (mais ou menos) últimos 5 anos fico me perguntando até onde estou disposto a sacrificar meu presente em prol de uma futura IF.

Sabemos que estatisticamente a probabilidade de chegar à velhice ainda é alta e que a preocupação primária é pelo menos ter uma vida digna quando ela chegar, mas queria colocar uma questão "em jogo" aqui:

E se vivêssemos bem melhor o presente (já garantido), mas sem poder garantir que  viveríamos muito tempo na velhice?

Bem o ponto é que, (1) na velhice, sem recursos básicos, isso poderia levar a uma vida miserável com certeza, mas e se ao invés disso você acabar (2) escolhendo viver uma vida medíocre para também viver uma velhice medíocre?

Me sinto como se estivesse na segunda opção.

O objetivo será simplesmente viver o máximo de tempo possível?  Ou viver o melhor possível dentro do tempo que for possível?

O ideal, para mim, seria viver o melhor possível no máximo de tempo possível, mas no mundo em que vivemos isso parece ser cada vez mais difícil sem, infelizmente, recursos financeiros.

Temos a opção de procurar viver de modo mais frugal possível e isso já prolongaria a qualidade e a longevidade quase que automaticamente, mas e se a pessoa simplesmente não se sente a vontade com a frugalidade e simplicidade? Talvez pra ela isso seria a opção de viver de forma medíocre para os desejos e sentimentos dela de uma vida mais satisfatória.

Creio que estes questionamentos talvez permeiem a vida de todos que já pensaram na IF alguma vez na vida, isso se não for algo intrínseco ao ser humano contemporâneo, mas parece pesar muito para quem pensa, como eu , que já está atrasado e já se sente cansado para perseguir de forma voraz essa melhora do presente atrelada a uma garantia de um futuro melhor.


16 comentários:

  1. O negócio é juntar pra aposentadoria depois dos 40.

    Kronos, falei contigo por email. Olha la.

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  2. O quanto sacrificar do presente em prol do futuro é um dilema realmente muito difícil.
    Eu tive esse debate comigo mesmo por anos (porque não havia para quem pedir ajuda), e a melhor resposta que eu cheguei é que só você pode decidir. Só você sabe das suas habilidades, defeitos e aspirações.

    O equilíbrio que eu cheguei é viver com 50% da minha renda, mas isso só serve obviamente para mim. Eu sempre fui frugal, na verdade enxergo a frugalidade como uma virtude, a capacidade de ser feliz com menos. Quem considera a frugalidade uma punição ou mediocridade vai realmente sofrer muito.

    O fato é, não é possível atingir a IF sem gastar menos do que se ganha por um período. E quem decide qual o tamanho desse período é você, indiretamente, através da porcentagem de renda economizada.

    Tem um texto no meu blog que toca nesses assuntos, veja se algo lhe serve: https://mendigoinvestidor.blogspot.com/2019/11/a-eterna-batalha-entre-o-presente-e-o.html

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    1. Muito além da visão financeira (que a maioria teve aqui também), uma frase se destacou no texto do seu blog e me chamou atenção para uma reflexão que ainda não tinha feito: "o prazer inibe o progresso" , talvez os limites também estejam de "até onde você deseja progredir, até onde é o seu 'suficiente' e isso não necessariamente vai para a parte financeira de forma tão óbvia quando você já passou a barreira do "ter o básico para sobreviver".

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  3. Eu acho que dá para viver bem no presente e aportar para o futuro sem "Sacrificar" tanto assim o presente. Viver com 70% da renda ou menos já é uma boa solução, a outra é claramente buscar ganhar mais. Como você ganha mais? empreendendo, fazendo dinheiro, achando um nicho, pegar o capitalzinho que conseguiu juntar em 1 , 2 , 3 anos e fazer ele triplicar, assim você vive uma vida com propósito sem sacrificar o presente!

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    1. Um exemplo para você descobrir no que empreender. Pergunte-se qual o problema da sua cidade que você poderia resolver? Na minha por exemplo, falta Lanchonetes/Lanches de qualidade, se eu não estivesse em um ramo empreendendo, provavelmente iria para esse. Mas todas as cidades tem ramos com carências ou seja, ou falta o serviço ou ele é prestado com má qualidade. Se você um dia resolver partir para esse lado, busque ser diferente, prestar o melhor serviço possivel para a sociedade, trabalhar mais que os outros no começo para você atrair clientes. Vejo pessoas abrindo negócios agora, e eles querem trabalhar menos, querem trabalhar na mesma carga horária que outros! NÃO FAÇA ISSO! se você começou agora, tem que ser diferente! tem que abrir enquanto o outro está fechado, para dar a oportunidade do cliente conhecer o seu negócio enquanto o outro está fechado. Espero que tenho te dado alguma luz.

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    2. Sempre achei extremamente assertiva essa ideia de que o empreendimento venha da necessidade da região/ população embora não seja regra, com certeza é mais que 90% dos casos se não mais já que fora disso viria a questão de "criar algo extremamente inovador". E acho extremamente válido o ponto sobre carga horária maior e mais esforço! Senti a diferença com as devidas proporções e diferenças, mesmo no trade, quando ataquei com todas as forças senti e recebi resultados melhores, quando diminui a carga resultados lentos ou mesmo ruins começaram a aparecer quase que imediatamente e foi só começar a me empenhar novamente que as coisas melhoraram. Quanto ao empreendedorismo em si tenho um sério problema com VENDAS. Eu conheço quem adora a arte do convencimento, da persuasão das vendas em si, mas sou totalmente contrário a isso e dado todos os problemas muito piores que tive no meu antigo emprego, esse foi mais um ponto negativo que contou. sou avesso a vendas e sei de trabalhos que não dependam disso, mas no empreendedorismo a parte principal é vender sua idéia, seu negócio, seu produto à alguém e por conta disso, não me vejo tendo sucesso deste modo, embora que, em uma situação mais desesperadora eu possa estar aberto a tudo, inclusive a isso.

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  4. Já pensei muito sobre isso. O que funcionou para mim foi isso:
    1) Separo não menos do que 10% da renda todos os meses para os aportes. Geralmente sobra mais do salário e invisto o que sobra também.
    2) Delineei 4 objetivos
    a) 1 milhão de reais - aqui comecei a me permitir pequenos luxos como trabalhar de Uber e gastar com coisas que eu gostava.
    b) Atingimento da riqueza: neste ponto quer dizer que os investimentos superaram a seguinte conta: meu salário bruto anual vezes minha idade dividido por 5. Aqui neste ponto não mais coloquei o que sobrava das contas correntes nos aportes ficando 10% da renda sempre. Sendo assim podia gastar a sobra com luxos.
    c) Independência: aqui meus investimentos podiam me sustentar com uma TSR de 4% ao ano. Ainda aqui continuava colocando 10% do salário.
    d) 1 milhão de dólares: aqui comecei a viver de renda.
    É isso aí, assim , acredito que você possa aproveitar e ainda assim ter uma vida tranquila.

    Abraços!

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    1. Acho interessante essa estruturação e fórmula e até tenho as minhas metas, mas o fato é que adoraria ter conhecido e pensado nsso tudo nos meus 16/18 anos pois vejo a diferença real que teria feito hoje (e isso cai naquela ideia de "antes tarde do que nunca!" - mas hoje, me sentindo atrasado, me remete ao que eu disse: viver mediocremente hoje E amanhã.

      E acho a comparação válida porque, para ser sincero, não acho também que aproveitei minha juventude inicial, então só perdi tempo e dinheiro até agora.

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  5. Tinha esse dilema, mas depois que vi que tudo de bom que aconteceu na minha vida nos últimos anos foi devido ao planejamento para o longo.
    Quando eu não me preparava para o futuro meu presente era uma insegurança total, hoje na pior das hipóteses tenho 35 meses de renda pela frente.
    Desisti num primeiro momento da independência total quero aumentar meu patrimônio em 1k por mês ou seja quando minha renda passiva chegar a 1k já não aporto mais , somente reinvestirei.
    Enfim acredito que os 10% já está ótimo para maioria das pessoas e o foco deve ser o aumento de renda por consequência esse 10% será cada vez maior.

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    1. Esse é o sentimento atual, tenho renda para pelo menos 40 meses com meus custos básicos (embora do modo que levei a vida nestes meses sem estar empregado com carteira, duraria uns 30 meses), mas apertando e cortando custos fixos até 50 meses.

      Mas ainda sinto que isso não é segurança, talvez eu realmente precise mudar meu conceito de segurança financeira, pois realmente só enxergo ela assim: 2.3 Milhões aplicados para renda passiva = segurança e conforto financeiro. Todo o resto ainda é insuficiente para dar essa tranquilidade.

      Agora, realmente pensar em aumentar a renda é a única coisa que faria sentido para conseguir manter o padrão, mas ao ritmo que consegui aumentar minha renda desde que trabalho, talvez levaria mais uns 60 anos pra chegar à minha segurança financeira. Quero ter saúde para aproveitá-la, mas vejo que para obter dinheiro além de perder tempo geralmente tem que se abrir mão da própria saúde (vide a história do SrIF365 - escolha consciente dele).

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  6. Olá
    Obrigado seu conteúdo é muito útil, parabéns.
    Gostei muito e vou indicar.
    Para outras estrategias de investimento
    bit.ly/tradenmilhionariosuper
    Um abraço

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    1. Não consegui abrir seu link (parece quebrado aqui) se quiser mandar novamente...

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  7. Você está confundindo frugalidade com sacrifício, são coisas distintas.
    Frugalidade é otimizar a vida de acordo com a sua necessidade. Veja bem, o que é necessário. O que é, de fato, necessário para você? O que é importante? O que não pode faltar?

    Acredito que você está meio perdido porque as opções são muitas e só você pode delimitar até onde quer chegar.

    Eu também tenho a sensação de que já estou atrasada, mas depois de alguns anos eu finalmente entendi que o que é *necessário* para mim é a segurança. Quero aproveitar os momentos de agora de forma consciente sabendo que não estou condenando meu futuro.
    Se hoje, com toda minha disposição, já sofro com a liberdade tolhida pela pouca quantidade de dinheiro que tenho acumulada, imagina na velhice, quando a situação estará menos ainda a meu favor? Necessário, para mim, é saber que daqui 30 anos não estarei dependendo de caridade ou de aposentadorias minúsculas.

    Qualquer que seja sua meta (que você pode mudar a qualquer tempo e tudo bem), foque em armazenar para o longo prazo pelo menos 20% de absolutamente toda a grana que você fizer. Pense se você tivesse feito isso desde os 15 anos, como estaria sua situação hoje?
    Pois é, não adianta lamentar pelo passado, mas 30 anos de 20% de investimento a partir de agora já são um horizonte muito mais interessante.

    Sem sofrimento, você precisa pensar sim no futuro, mas não deixe o futuro dominar o seu presente. Essa ansiedade vai prejudicar ambos os momentos, pois você se preocupa agora com o que terá depois. Trace um plano e siga-o.

    E se no meio do caminho quiser mudar, tudo bem. Sem sofrimento ;)

    Essa sua inquietação é ansiedade

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    1. Talvez eu tenha usado o termo errado quanto a "frugalidade", mas vi que você pegou o que eu quis dizer.

      Você descreveu muito bem meu sentimento quanto ao futuro-presente, mas não consigo achar que a 'segurança' como é para o seu caso, seja para mim o mais importante.

      Na verdade isso me fez é perceber que ainda nem sei exatamente o que é esse "mais importante para o meu futuro" e que qualquer planejamento pode estar vazio de motivação para concluí-lo. Preciso repensar muitas coisas.

      Vou começar a pensar nessa perspectiva de 'ansiedade' também.

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    1. O blog não apoia qualquer tipo de método de opções binárias ou coisa do tipo.

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