Já faz um tempo que não falo sobre trading, mas ando pensando nos últimos meses se talvez não seria o correto a fazer - por mais estranho que pareça pensar nisso agora.
Estou há um bom tempo tentando me encontrar em diversas coisas e tenho sido infeliz nessa busca. Mesmo tentando projetos nas áreas que gosto como hobbie e nada está me fazendo feliz novamente.
Mas lembrei que na época do trade, durante a atividade de trabalho em si, eu me sentia bem. Sim era tenso e quase todo dia tinha problemas intestinais (sério), mas me fazia sentir fazendo algo do qual eu gostava e, para todo lado ouvimos dizer "trabalhe com o que gosta". Do outro lado ouvimos que a sociedade não seria possível se todos fizessem o que gostam. Mas porque precisa ser cruel assim?
Conheci uma pessoa que gostava sim do trabalho de chão de fabrica, mesmo que não recebesse tanto era feliz lá. Era tão feliz que trabalhava super bem e por conta disso fizeram ela subir de cargo e adivinhem? Em poucos meses ela se tornou uma pessoa muito amargurada e realmente triste (suspeito até de uma leve depressão) por ter aceitado isso e a empresa não queria voltá-la à posição anterior sob a justificativa de que não poderia baixar o valor do salário - mesmo que no documento ela não voltasse ao cargo, a empresa não ia querer pagar mais para uma pessoa em um cargo inferior. Não lembro ao certo, mas acho que em menos de 1 ano aquela pessoa super feliz e motivada a ir trabalhar todo dia as 5 da manhã, pediu para sair da empresa por conta da sua saúde. (Quem acompanha o blog conhece uma história com esse final semelhante) e sim, ela me confidenciou que esse era o maior motivo. Hoje não sei se ela foi trabalhar em outro lugar ou como está, perdi o contato, mas essa história me marcou porque na época eu era o tipo de pessoa que se assombrava de achar que alguém gostasse, praticamente de "só apertar parafuso" o dia inteiro, eu era colega de 'esteira' dessa pessoa e eu odiava aquilo, sentia necessidade de algo mais "intelectual" - até que consegui ir para a área técnica.
Enfim, toda essa história pra voltar e dizer que provavelmente nem todo mundo poderá ter a possibilidade de trabalhar com o que gosta, mas talvez se a pessoa simplesmente não suporta mais a vida toda trabalhar com algo que não gosta, porque não tentar perseguir isto, mesmo que possa custar lhe toda uma carreira ou mesmo até a pobreza financeira no final de tudo? Aí ela entraria no grupo dos que não podem mesmo trabalhar com o que gostam senão não tem como por comida no prato, embora isso não impediria de perseguir isso paralelamente.
(Continua no post de amanhã...)
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