Estou passando por um momento decisivo na minha vida pessoal. Tentando entender alguns aspectos de um relacionamento.
Como pessoa ela é uma pessoa boa. Tem seus defeitos (todos temos), mas no geral nossa convivência é muito boa. O que está me deixando em dúvida é na questão financeira. Neste ponto somos bem diferentes e isso me preocupa um pouco.
Vamos para um comparativo simplista:
- EU Sou do tipo que poupa/investe pensando no futuro.
- ELA já é mais consumista e imediatista.
- EU nunca tive e até o momento nunca havia cogitado ter um financiamento longo ou dividir coisas em parcelas se eu não já não tiver o dinheiro pra cobrir a dívida.
- ELA, vive de financiamento em financiamento, de cartão de crédito em cartão de crédito, sempre paga tudo, não tem dividas acumuladas ou algo do tipo. Mas no entanto ela conta muito com a sorte, já que já vi situações que se ela perdesse o emprego, em 3 meses já começaria a rolar o cartão de crédito....
- ... EU No entanto, hoje só tenho um carro velho (que me acompanhou por 10 anos) que preciso vender antes que tenha mais gastos de manutenção com ele.
- ... ELA acabou de terminar o financiamento de um carro (não novo), mas de alto nível.
- EU sou do tipo que aceito qualquer trabalho desde que pra financiar uma futura I.F. e sim, de forma geral NÃO GOSTO DE TRABALHAR apenas por trabalhar OU VEJO QUALQUER GLORIA NISSO. É apenas uma ferramenta necessária para alcançar objetivos e construir coisas em nossa sociedade. O Trabalho é uma ferramenta para sobrevivência e preciso gostar do que faço para conseguir persistir por anos.
- ELA vê o trabalho como ALGO QUE DIGNIFICA O HOMEM, que é necessário sempre estar correndo atrás do seu e conquistando, através do trabalho, patamares mais altos de padrão de vida. Seja lá o trabalho que tiver que ser feito.
- EU me considero minimalista e agora estou começando a aprender a dar um pouco mais de valor à qualidade (de produtos, e principalmente roupas) - até pouquíssimo tempo, fazia a chamada "economia porca" com isso.
- ELA, como já comentei, é consumista e, se tiver dinheiro em mãos vai gastar na primeira loja que ver, mas pelo menos tenta não encher a casa de tranqueira, mas quando gasta é "pra valer".
Bem... escrevi algumas coisas aí que podem contar como vantagem para MIM ou para ELA, e não me levem a mal, isso é apenas UM RECORTE da nossa vida (e apenas com relação a arte financeira) e, quando digo NO GERAL, TEMOS UMA CONVIVÊNCIA EXTREMAMENTE BOA apesar de divergências. Nos respeitamos. Nunca levantamos a voz um para o outro e após leves discussões, no dia seguinte com a cabeça mais fria conversamos com total honestidade e nos entendemos - isso pra mim é a joia de ouro desse relacionamento.
Mas ainda não moramos juntos e acho que algumas dessas coisas podem causar conflitos e eu sinto que talvez eu tenha que abandonar objetivos pessoais (infelizmente, incluindo a IF) quando resolvermos nos casar (que pode, ou não ser em breve).
Minha dúvida é, até onde devo abandonar alguns objetivos pela outra pessoa ou me despedaçar fazendo algo que é até mesmo contra meus princípios (pretendo falar disso em alguma próxima postagem)
Fui sincero sobre a minha relação com o trabalho (no parágrafo acima) e hoje, me sinto bem próximo do limite do que posso aceitar fazer por dinheiro.
Alguém poderia dizer: OK, apenas trabalhe mais e o excedente você usa para financiar a IF. Mas a realidade que vejo é que leva anos, senão década, para dobrar ou triplicar um salário sem se matar de trabalhar 16h por dia ou mais... Já cheguei a trabalhar 12 horas no dia (trabalho normal durante o dia e trabalho extra 4h a noite) é exaustivo física e mentalmente e ,mesmo ganhando relativamente bem (os dois salários juntos deram 10k em um mês) , não pareceu compensar... e no final fico ME sentindo uma pessoa fraca e imprestável e vagabunda por estar reclamando.
Foi meio um desabafo... mas talvez alguém já passou por algo assim na vida e tenha experiência neste assunto ou mesmo viu de perto alguma situação que deu ou não deu certo. Então fiquem a vontade para comentar abaixo.
Fica tranquilo que sua mulher tá normal, vc descreveu 99% dos brasileiros.
ResponderExcluirSó de ela não ter dívidas acumuladas nem o nome sujo ou agiota correndo atrás dela já tá de bom tamanho.
Se não aceita esse tipo de conflito é melhor ficar solteiro. Mulher é mais relaxada com finanças, elas têm "fé no futuro", por assim dizer. Nós homens tendemos a juntar dinheiro por "temor ao futuro".
Socialmente elas sabem que serão socorridas nas dificulades, nós sabemos que seremos cobrados nessas situações.
Eu desencanei, minha companheira é empreendedora, ganha uma boa grana e esbaja um pouco, mas é melhor estar com ela do que que assumir uma MSOL com 4 filhos de pais desconhecidos, desempregada que só quer bolsa família e pensão socio-afetiva.
Se vcs se "amam"/gostam, essa questão financeira vai se ajustando, provavelmente vc vai ter que abrir a carteira mais do que gostaria e ela vai ter que economizar mais do que gostaria, equilíbrio é tudo.
Abraço do investidor concursado!
Obrigado pelas observações... Se levar por esses aspectos acredito que ainda valha a pena o relacionamento. Claro, ele não é feito por uma pessoa só então talvez seria "justo" ela aceitar também a minha visão das coisas em certo ponto para haver um equilíbrio.
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